21 de julho de 2012

Sangue Selvagem


E mais um cheiro me surge aos olhos
São gotas de orvalho caindo
Vem meu sentido de gato, miando à lua, tinindo

Eis que um orvalho se espalha
Beira meio fio da calha
Vem e me sopra um canalha
É o Vento da madrugada que trabalha

Gripes me gritam aos montes
Motos surgindo ao longe
Eis que é um grupo de brilho
Selvagens Reunidos a toa
Levantam âncoras à proa

Rumos perdidos se encontram
Seguem juntos e cantam
Eis mais um dia a viver
E o parceiro Sol veio nos ver

No fim eu começo de novo...


Perdi muito de mim em você
Escrevi destinos sem ver
Menino-homem que perfume entorpece
Pira em minutos e a muitos esquece

Surge a porta o sorriso,
em lágrimas eu ainda respiro
Olho pra você e enlouqueço,
Sei que só foi um tropeço,
Mas queria que fosse o começo

"Pobre de mim" é dilema
Porém, levantar, jamais foi problema
Uma vez passada, está em mim,
Mas este será nosso fim.

Ainda é pobre menina,
E a vida apenas ensina.
Vamos deixar pra viver,
E venha o que tiver de ser.

Raíz de Ar



Sinto o perfume do mato
Cheiro de mulher em desato
Beijos e sorrisos ao vento
Sem ter direito a lamento


Quero que seja ligeiro
Vem, me ocupe inteiro
Músicas que sopram sem notas
Ventos que pedem carona
Beijos que chegam a tona
Desejos que se expõem sem drama


Eis que o destino é digno
Travesso feito menino
A mim transforma em demente
Que com os olhos respira
Preenche a alma e sente
Olha seu cheiro e transpira
E não há mais o que diga
Sei que é assim, me transcende!